Estaleiro encomenda novos motores

O Estaleiro Atlântico Sul começa a negociar entre o fim deste ano e o início de 2010 a compra dos motores de propulsão para os cinco navios Aframax encomendados pela Transpetro ainda na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão de Frota (Promef 1).


Os motores dos dez primeiros Suezmax foram adquiridos juntos à coreana Doosan Engine, licenciada da MAN Diesel na Ásia. São dez motores principais e 30 grupos geradores. O primeiro deles deve ser entregue ainda este ano, a tempo do Suezmax nº 1 ser lançado ao mar em janeiro do ano que vem.


Existem apenas duas marcas desses motores para propulsão destinados a navios de grande porte, como Suezmax, Aframax, Panamax e Produtos. A concorrente da MAN Diesel é a suíça Wartsila. Com a demanda aquecida, esses equipamentos precisam ser encomendados com cerca de dois anos de antecedência. No EAS, as negociações são conduzidas pela Samsung, parceira tecnológica responsável pelo leiaute da planta industrial, do projeto dos navios, compra de suprimentos e treinamento.


"A Samsung vai começar a negociar a compra dos motores para os cinco Aframax no fim deste ano ou no começo do ano que vem. Esse tipo de equipamento é um dos mais críticos no processo de construção de navios", diz o presidente do EAS, Angelo Bellelis. Já as negociações para compra de equipamentos para as sete embarcações encomendadas pela Transpetro no Promef 2 vão ter que esperar. "Ainda é cedo para pensar nisso. Não está na hora", justifica Bellelis.


O contrato do Promef 2 foi assinado no dia 11 de setembro durante a cerimônia que marcou o batimento de quilha (colocação do primeiro bloco no fundo do dique seco) do Suezmax nº 1, com a presença do presidente Lula. Mas sua eficácia ainda não foi iniciada, uma vez que o dinheiro ainda não foi liberado. A liberação ainda terá que passar pelo crivo do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante (FMM).


A Transpetro vai pagar ao Atlântico Sul, com recursos do FMM, US$ 1,22 bilhão, sendo US$ 746,51 milhões (cerca de R$ 1,32 bilhão) pelos quatro novos Suezmax e US$ 477,06 milhões (R$ 844,39 milhões) pelos três novos Aframax. Com essas encomendas, a carteira do EAS subiu para US$ 3,4 bilhões, incluindo as 22 embarcações do Promef 1 e 2 e o casco da plataforma P-55, da Petrobras.


Bellelis afirma ainda que a empresa aguarda o desenrolar da licitação de oito navios plataformas, chamados de FPSO, lançada pela Petrobras. Segundo ele, o EAS apresentou o segundo melhor preço. Outro negócio grande que interessa ao estaleiro pernambucano é a licitação, também pela Petrobras, de 28 sondas para o pré-sal. O edital deve ser lançado ainda este ano. O EAS tem como sócios os grupos Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Samsung Heavy Industries e PJMR Empreendimentos. O investimento é de R$ 1,4 bilhão.