Estaleiro espera superguindaste

O Estaleiro Atlântico Sul, em construção no Complexo de Suape, vai receber no início do próximo mês o primeiro dos dois superguindastes Golias, encomendados pelo empreendimento para auxiliar na execução da montagem dos navios. O equipamento, que saiu da China no final de maio, deverá chegar ao porto entre os dias 5 e 10 de julho. O EAS investiu US$ 65 milhões na aquisição dos dois Golias e a previsão é que o segundo guindaste desembarque em Suape no final de outubro.


O desembarque do gigante será uma das operações mais complexas para o Porto de Suape, em função do porte do guindaste. O vice-presidente do complexo, Sidnei Aires, diz que a partir da próxima semana será iniciada uma série de reuniões entre a diretoria do porto, o estaleiro e a Marinha para discutir a operação de desembarque do equipamento.


Em função do seu tamanho, o Golias será desembarcado no próprio berço do estaleiro, inaugurando as operações do cais de acabamento, que tem 740 metros. “Concluímos a dragagem para deixar a área com 11 metros de profundidade e agora vamos realizar a batimetria para conferir se foi realmente alcançada essa profundidade. Depois, enviamos a documentação à Marinha para dar seu parecer”, explica Sidnei.


O guindaste, com capacidade de içar peças com até 1.500 toneladas, será usado para movimentar megablocos do pátio (localizado na borda do dique seco) para dentro do dique, onde é montado o navio. O equipamento desembarca no porto desmontado e vai levar quatro meses para concluir sua montagem e começar a operar. Será necessária uma equipe com 50 pessoas para montar o Golias.
Hoje, o Atlântico Sul já conta com 40 mil toneladas de chapas de aço processadas, o que significa um volume suficiente para construir o primeiro navios petroleiro (do tipo suezmax) encomendado pela Transpetro e o casco da plataforma P-55 da Petrobras.


QUILHA
Na primeira semana de agosto, o Atlântico Sul espera bater quilha da primeira embarcação que será lançada ao mar em abril do próximo ano. Na linguagem da construção naval, bater quilha quer dizer iniciar a construção do navio, colocando a primeira peça dentro do dique, numa espécie de eixo central da embarcação. O mais interessante no processo é que as peças vão sendo colocadas dentro do dique, ao mesmo tempo que ele vai sendo construído, de 80 em 80 metros.


Aliás, a própria montagem do navio acontece paralela à construção do estaleiro em si. A obra física do EAS deve ficar pronta até o final deste ano, restando apenas pequenas intervenções. Hoje, já estão concluídas as obras das áreas como de processamento de chapas (com as máquinas de corte e pontes rolantes instaladas), almoxarifado, 80 metros do dique, ambulatório, subestação de energia, refeitórios e vestiários. Já o prédio administrativo será concluído em julho.