Prioridade dos recursos serão obras de logística, saneamento e energia
Os nove estados nordestinos serão contemplados com cerca de US$ 21 bilhões (R$ 38 bilhões) direcionados para a infraestrutura da Região. A confirmação da vinda dos recursos foi dada no decorrer do XII Fórum de Governadores do Nordeste, sediado em Fortaleza, Ceará. O montante foi liberado com o fim de alavancar o desenvolvimento local nos próximos cinco anos e vêm através do Plano de Investimentos do Nordeste (PlaNe), leia-se Banco Mundial (Bird), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), BNDES, Governo Federal e estados.
“Estes recursos serão priorizados para obras de logística, saneamento e energia que beneficiem vários estados ao mesmo tempo. Além do benefício direto do aporte deste dinheiro na Região, estaremos nos preparando para atrair ainda mais investimentos”, destacou o governador Eduardo Campos. Mais detalhes do financiamento, como a parte que caberá a cada órgão, será tema de reunião na próxima terça-feira entre representantes dos governos e dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, em Brasília.
Uma distribuição mais igualitária dos royalties do pré-sal também permeou as discussões. Antes da reunião da terça-feira em Brasília, os governadores irão se reunir na segunda-feira para tratar sobre possíveis mudanças nos projetos que tratam do tema. Eles terão duas audiências. A primeira se dará com o relator da proposta de mudança que tramita na Câmara Federal, o deputado federal Henrique Eduardo Alves, e também com o presidente da Casa, Michel Temer. O formato atual do projeto é considerado um avanço, mas a ideia é requerer outras alterações visando uma maior equidade na distribuição dos royalties também para as jazidas já concedidas e não exploradas.
“De acordo com o projeto do deputado (Henrique Eduardo Alves), o novo modelo valerá apenas para os dois terços do pré-sal que ainda não foram concedidos para exploração. A outra parte - que começará a ser explorada nos próximos dez ou 15 anos - ainda fica nos antigos moldes que praticamente excluem os estados não produtores”, criticou Campos. Ele crê que a exploração das reservas do pré-sal deve gerar cerca de R$ 65 bilhões em royalties. “Pelo novo modelo de distribuição, 44% ficariam para os estados não produtores enquanto na proposta atual apenas 3,75% ficaria para estas unidades da federação”.
Da redação - Folha de Pernambuco