Montadora vai concentrar em Pernambuco a distribuição dos modelos importados do México, Argentina e Austrália para o Norte e o Nordeste
O vice-presidente da General Motors do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto, confirmou ontem o início das operações do Centro de Distribuição de Veículos (CDV) da GM em Suape para janeiro ou fevereiro de 2010. O projeto de importação de carros e distribuição para as concessionárias do Norte e Nordeste através do Porto de Suape foi prorrogado inúmeras vezes, mas agora o executivo confirmou o início das operações, num evento da montadora, ontem, em São Paulo. A expectativa é que a primeira remessa chegue com 2.000 veículos. “Suape vai distribuir, para todo Norte/Nordeste, os carros produzidos pela GM no exterior, vindos do México, Argentina e Austrália”, disse Pinheiro Neto.
A estimativa da montadora é que desembarquem em Suape cerca de 25 mil carros por ano. Na próxima semana executivos da GM, liderados por Pinheiro Neto, estarão no Recife para acertar os últimos detalhes da operação com o governo do Estado e Receita Federal. Entre os modelos que vão chegar via Suape estão o Ômega, produzido na Austrália, o Captiva, do México e, numa segunda fase de importação, o Agile, da Argentina.
Segundo José Henrique Figueiredo, diretor da concessionária Pedragon, uma das principais da marca no Estado, os sucessivos atrasos na operação da CDV se deveu a negociações em relação à tributação do Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) com os Estados. “Um veículo que é faturado em São Paulo e segue para a Paraíba é tributado de uma forma distinta daqueles que passam por Pernambuco e vão para esse mesmo Estado”, exemplificou Figueiredo.
“É natural uma montadora começar um investimento através de uma CD de importação. Depois o caminho é utilizá-la para distribuir os carros produzidos nacionalmente e, num terceiro estágio, vem a instalação de uma fábrica. Não quero dizer, no entanto, que a GM vai instalar uma planta industrial em Pernambuco”, ponderou o executivo.
Em agosto deste ano a previsão da GM era que a CDV de Suape fosse inaugurada em setembro, depois de concluídos o alfandegamento da Receita Federal e os acordos tributários com 14 Estados do Norte e Nordeste que vão receber os veículos importados. Na ocasião, Pinheiro Neto afirmou que o alfandegamento deveria ser concluído em 60 dias e os acordos com os Estados em cerca de três semanas. De acordo com a empresa, foram investidos US$ 15 milhões na primeira etapa da CDV.
Segundo o secretário-executivo da Secretaria da Fazenda, Roberto Arraes, de fato, alguns Estados questionaram a tributação dos automóveis importados por Pernambuco, mas que os pontos de conflito foram solucionados. Assim, os veículos importados sairão de Pernambuco com uma carga efetiva de 9,5% enquanto os nacionais terão a mesma carga de 7% dos automóveis faturados em São Paulo. “É importante destacar que isso faz parte de um grande programa que pretende, no futuro, atrair uma fábrica da GM para o Estado”, ressalta Arraes.
Em agosto, o vice-presidente de Suape, Sidnei Aires, havia afirmado que a estatal iria selecionar o operador portuário para a CDV e que havia adquirido um sistema de operação de terminais de veículos para o pátio, com 3,5 hectares – ocioso desde 2001, quando foram encerradas as operações da Fiat e da própria GM.
Da redação - Jornal do Commercio