RIO e RECIFE – Após seis meses de negociações com fornecedores na tentativa de reduzir preços, a Petrobras assinou, ontem, no Rio de Janeiro, os cinco principais contratos de equipamentos para a montagem da Refinaria Abreu e Lima, no Complexo de Suape, com valor global de R$ 8,9 bilhões. Serão gerados, com estes novos serviços, cerca de 12 mil novos empregos no canteiro de obras. As contratações começam ainda este ano e o auge da geração de emprego acontecerá em 2010.
Em relação ao custo dos serviços, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, diz que conseguiu um redução de pelo menos R$ 6,7 bilhões no valor dos contratos em relação aos primeiros preços apresentados pelas empresas fornecedoras (considerados economicamente inviáveis pela estatal). No entanto, o avanço foi pequeno se comparado com as novas planilhas apresentadas em junho pelas empreiteiras.
Só agora, com a finalização dos contratos que representam o coração da refinaria, será possível estimar uma data real para a inauguração do empreendimento. A entrada em operação não será nem no aniversário de 45 anos do governador Eduardo Campos (em agosto de 2010, como inicialmente programado), nem no primeiro semestre de 2011 (nova data anunciada). Costa admite que o atraso na equalização dos preços dos cinco contratos vai empurrar a inauguração para abril de 2012. O atraso também não vai permitir ao presidente Lula inaugurar em seu segundo mandato mais uma obra que tem recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Com o fechamento dos contratos, o investimento na refinaria deve fechar em US$ 13,3 bilhões, três vezes acima do anunciado no início do projeto (US$ 4,05 bilhões). Costa fez questão de frisar que os contratos foram “negociados e renegociados”. “Portanto, que ninguém venha me dizer que a unidade está superfaturada”, destacou, referindo-se às suspeitas indicadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). “Se não tivéssemos renegociado, o valor já ultrapassaria R$ 30 bilhões”, completou. Ele comenta que agora só faltam mais dois contratos de grande porte para a refinaria. Segundo ele, 65% do valor total da unidade já está contratado.
Costa destacou também que a companhia está ainda na expectativa de receber os US$ 400 milhões referentes aos gastos que já ocorreram com a refinaria e que pertencem à parcela da PDVSA. Segundo Costa, a PDVSA está tentando um financiamento com o BNDES para pagar esta parcela à Petrobras.
O governador Eduardo Campos, que participou da solenidade no Rio, disse que “este é o fato mais importante para a economia de Pernambuco em 2009 e que simboliza como será 2010 para o Estado, para o Nordeste e para o Brasil”.
“Essas assinaturas simbolizam mais de 10% do nosso PIB: são R$ 8,9 bilhões. É um passo muito importante para este que vai ser um grande ano para a economia de Pernambuco”.
Da redação - Jornal do Commércio