O IX Fórum dos Governadores do Nordeste serviu para mostrar que, além de capital político, o Nordeste começa a acumular capital econômico. A reunião de trabalho contou com a participação de dois times de peso. De um lado, o presidente da República e 11 ministros de Estado. De outro, 11 governadores - os nove do Nordeste mais Aécio Neves (PSDB-MG) e Paulo Hartung (PMDB-ES).
O que estava em jogo: a crise financeira internacional e o desenvolvimento sócio-econômico da região. Ao menos durante uma parte do dia, o Palácio do Campo das Princesas, no Recife, se transformou na sede administrativa do país.
Estavam presentes os ministros das Relações Institucionais, José Múcio; das Cidades, Márcio Fortes; do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel; da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; do Turismo, Luiz Barretto; da Saúde, José Gomes Temporão; do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias; da Cultura, Juca Ferreira; da Justiça, Tarso Genro; de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende; e da Casa Civil, Dilma Rousseff. Curiosamente, ninguém da nova Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) foi convidado para o encontro.
Lula, os ministros e os governadores começaram a chegar ao Palácio no início da tarde. Após o almoço, por volta das 15h30, os trabalhos começaram a portas fechadas. Discursaram por quase duas horas José Múcio, que destacou os avanços sócio-econômicos conquistados pelo Nordeste, José Gomes Temporão, Luiz Barretto e Dilma Rousseff, com a solenidade sendo transmitida em uma TV instalada no térrero. Depois disso o áudio e o vídeo foram fechados e os participantes "confabularam" até 20h40. Nesse meio tempo, Lula "escapou" para uma conversa rápida com dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife.
Desta vez não houve Carta de Pernambuco e nenhum porta-voz foi destacado para divulgar os resultados do encontro. "O mais importante da reunião foi o governo dizer que mantém os investimentos. Também discutimos como enfrentar a burocraria do estado e fazer as obras andarem", comentou o vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto. O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), frisou que os investimentos devem ser bem direcionados para que possam "gerar empregos, melhorar a infra-estrutura e reduzir gargalos".
Somente durante a solenidade de entrega de diplomas do Unicef a municípios amigos da criança, pouco antes de ir embora, Lula falou aos jornalistas. Fez comentários sobre reforma tributária. "Vamos lutar para aprovar uma política tributária que possa ser, ao longo do tempo, justa para os 190 milhões de brasileiros". Sobre a transposição do Rio São Francisco, projeto de R$ 4,5 bilhões, reafirmou que vai fazer os canais para "levar água a quem não tem". "Temos que estabelecer uma política de convivência com a seca".
Pernambuco, nova âncora econômica e política do NE
19/07/2011