Projeto vem sendo tocado há um ano pelo Centro Internacional de Negócios, da Fiepe, e já mobiliza cerca de 220 produtores do Vale
Fruticultores do Vale do São Francisco estão sendo estimulados a produzir frutas para exportação de forma sustentável e com maior valor agregado.
O projeto O uso sustentável da biodiversidade como diferencial na estratégia de internacionalização de micro e pequenas empresas vem sendo tocado há um ano pelo Centro Internacional de Negócios (CIn), da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), e já mobiliza cerca de 220 produtores da região, divididos em duas cooperativas.
São parceiros do CIn/Fiepe nessa empreitada a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ministério da Agricultura, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). A União Européia financia a iniciativa. O projeto tem duração de 15 meses e inclui capacitação, seminários e missões técnicas.
"O objetivo do projeto é inserir pequenas empresas no mercado internacional, agregando maior valor aos produtos para exportação. Como se sabe, o mercado europeu é bastante exigente e os produtores precisam se capacitar para atender a essas exigências", diz o diretor adjunto da Fiepe e coordenador do projeto, Hercílio Victor Neto.
Uma das estratégias é formar cooperativas para beneficiar os produtos, aumentando seu valor agregado. No caso da aloe vera, conhecida como babosa, o produtor consegue agregar maior valor se exportá-la em forma de concentrado, e não in natura. É um mercado em expansão, considerando que o produto tem muitas aplicações, seja na indústria de alimentos, cosméticos ou medicamentos.
O mesmo se dá com frutas como banana e manga. A banana rende mais se for exportada dissecada, como uma passa. Já a manga também se torna mais valiosa quando enviada a outros países na forma de polpa. "O mercado europeu também exige que os produtos sejam certificados como orgânicos ou fair trade, conceito que engloba os conceitos de comércio justo, ético e solidário", explica Hercílio Neto.
A primeira fase do programa, que envolveu o mapeamento das necessidades dos produtores, está terminando. A principal atividade foi levar um grupo de 16 produtores ao Salão Internacional de Produtos Naturais, Alimentação, Saúde e Ambiente (Sana 2009), que aconteceu de 10 a 13 de setembro, na Itália. Alguns produtores já fecharam acordo para exportação e estão com perspectiva de novos negócios para os próximos 12 meses. Foi feita, inclusive, uma visita a um supermercado que vende exclusivamente produtos orgânicos. São mais de 4 mil itens.
Inteligência Empresarial // Frutas para exportação de forma sustentável
12/07/2011