Setor privado dá sua contribuição de peso

Suape, que já conta com cerca de 100 empresas implantadas e em implantação, se expande para além de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho

 

Se de um lado o governo estadual vem aumentando o nível de investimentos públicos em Pernambuco, em parceria ou não com o governo federal, de outro o setor privado também dá sua contribuição. E de peso. Em 2010, vamos assistir à consolidação de novas cadeias produtivas nas áreas de petróleo, gás, naval, offshore, petroquímica, têxtil, farmacoquímica, de alimentos. Suape, que já conta com cerca de 100 empresas implantadas e em implantação, se expande para além de Ipojuca e do Cabo de Santo Agostinho. No interior, a esperança se renova.

Na verdade, um setor alimenta o outro. O público investe em infraestrutura e logística para atrair investimentos e o privado decide investir porque encontra uma boa infraestrutura e uma boa logística. O melhor termômetro para medir o quanto o setor privado aposta no potencial de Pernambuco são os incentivos fiscais concedidos no âmbito do Programa de Desenvolvimento Econômico (Prodepe), que desde 2007 atraiu mais de 350 empresas, sendo 226 indústrias.

E se o assunto é infraestrutura e logística, Suape se destaca, atraindo cada vez mais empreendimentos. As 17 empresas implantadas ou em implantação no complexo desde 2007 movimentam US$ 15 bilhões (cerca de R$ 26,7 bilhões, com o dólar a R$ 1,78). Estamos falando de projetos estruturadores, como a Refinaria Abreu e Lima, o Estaleiro Atlântico Sul e o polo petroquímico. Eles geram 10 mil empregos diretos e até 150 mil indiretos. Fora os nove que estão em fase de projeto e outros em negociação, incluindo três novos estaleiros.

"Grandes grupos brasileiros, inclusive, começam a construir uma opinião de que Suape é a melhor opção para suprir não apenas o mercado regional, mas sobretudo o mercado nacional", destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, citando como exemplos os CDs dos grupos Wal-Mart e Pão de Açúcar.

O maior reflexo disso é a geração de empregos formais. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, revelam que Pernambuco vem gerando uma média mensal próxima de quatro mil empregos, mais que o dobro do que vinha gerando anos atrás. A maior parte na construção civil, mostrando que o estado é um canteiro de obras. E não apenas obras de infraestrutura ou de instalação de indústrias. O mercado imobiliário também anda aquecido.

"Não fosse a crise financeira mundial, certamente iríamos repetir em 2009 o PIB (Produto Interno Bruto) de 2008, próximo dos 7%. Mesmo assim, se crescermos 4%, ainda assim estaremos muito acima do PIB brasileiro, que deverá fechar o ano próximo de zero", destaca Bezerra Coelho.

Para o economista Jorge Jatobá, sócio-diretor da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), crescimento do PIB se traduz em aumento de renda e geração de mais empregos. "Cria um efeito positivo na cadeia", observa. Entretanto, ele diz que, em 2010, o governo deve insistir na desconcentração dos investimentos. "Recife, Jaboatão, Olinda e Ipojuca concentram mais de 50% do PIB pernambucano", critica.

                                                                                                                                                                              Da redação do Diario de Pernambuco