Isoeste planeja exportar por Suape

Isoeste, que inaugura hoje em Vitória de Santo Antão sua quinta unidade produtiva no país, poderá utilizar o Porto de Suape como plataforma de exportação para países da América Central. Esta possibilidade ainda está sendo analisada, pois antes a empresa pretende explorar todo o potencial do mercado nordestino. Tanto que a fábrica de Vitória foi desenhada com uma capacidade de 1,5 milhão de metros quadrados por ano de telhas térmicas e painéis isotérmicos, volume bem acima da demanda atual projetada para a região.

"Primeiro temos que trabalhar para quebrar paradigmas e mudar esse mercado, mostrando as vantagens desse novo sistema construtivo. Depois poderemos partir para a exportação. O mercado da América Central nos interessa muito e Suape, pela proximidade, pode ajudar nesse projeto", diz o diretor financeiro da Isoeste, Amélio Luiz Benedetti. Segundo ele, a empresa nunca exportou porque os custos logísticos são considerados complexos, em função dos produtos serem muito volumétricos.

A unidade de Vitória vai operar com duas linhas de isopainéis e telhas térmicas, sendo uma de EPS (isopor) e outra de poliuretano e/ou poliisocianurato. O investimento é de R$ 19 milhões, com previsão de gerar 100 empregos diretos. Cerca de 90% dos funcionários serão recrutados no município e arredores. Gilson João da Silva, 21 anos, reside em Pombos e antes de ser contratado estava desempregado.

"Mandei meu currículo e consegui entrar. Agora quero me aperfeiçoar fazendo um curso técnico de operador de máquina", afirma o jovem. A ideia da Isoeste é fechar um convênio com o Senai para poder qualificar esse pessoal em áreas como mecânica e eletrotécnica.

Para ganhar o mercado regional, a Isoeste pretende realizar um trabalho de base, divulgando o produto junto a arquitetos, engenheiros e estudantes. "Muitos profissionais desconhecem nosso produto, que é de última geração, tem tecnologia italiana e oferece muitas vantagens em relação aos sistemas tradicionais", argumenta.

Entre as vantagens estaria o tempo de construção. A fábrica de Vitória, por exemplo, foi erguida em cerca de 90 dias e é uma espécie de showroom dos produtos da Isoeste. É que os painéis isotérmicos são montados no sistema lego, com peças encaixáveis e um acabamento sanitário que os torna apropriados para utilização em ramos industriais como alimentos e remédios. Outro diferencial é o isolamento térmico, o que proporciona redução de custos com energia elétrica.

"Não se faz mais paredes de alvenaria em indústria. Muito menos cobertura com outro tipo de telha. Os custos são cerca de 20% maiores, mas compensa pagar mais caro por conta da rapidez na montagem e o conforto térmico", defende Benedetti. Um dos primeiros clientes da nova unidade, a Kraft Foods, que também está instalando uma fábrica em Vitória, aceitou trocar a fachada original, projetada em concreto, por painéis isotérmicos. A Isoeste está fornecendo, no total, 28 mil metros quadrados de isotelhas e isopainéis de fachada para a Kraft.

Além da Kraft, a Isoeste tem em sua carteira regional o frigorífico Mauricéia, a Netuno e o Lafepe. Nacionalmente, a empresa fornece para marcas como Marfrig, laboratórios Teuto e Neoquímica e vários shopping centers, como o Manaíra (João Pessoa-PB)), BH (Belo Horizonte-MG), Flamboyant (Goiânia-GO), Garten (Joinville-SC) e Pantanal (Cuiabá-MT). As demais unidades do grupo ficam em Anápolis (GO), São José dos Pinhais (PR), Castanhal (PA) e Várzea Grande (MT).