A reportagem "Plataforma de petróleo made in PE" (Diario de Pernambuco, 23.02), concomitantemente com o ensaio "Sucesso tem fórmula", de Claudio de Moura Castro (Revista Veja de 24.02), cria o leitmotiv como sugere o título deste artigo. Diz a reportagem do Diario: "Pernambuco vai produzir a primeira plataforma para exploração de petróleo no pré-sal". Não é novidade nos dias atuais que a cada 30 dias os jornais divulguem novas indústrias se instalando em Suape. Do ensaio da Veja: "uma potência mundial não se viabiliza sem a potência dos seus operários"; aí entra o Senai, que está capacitando para Suape, milhares de pessoas para os postos de tornearia, marcenaria, mecânica e de outras atividades onde se exige tecnologia de ponta.
Já tratei desse tema no artigo "Suape, Mauá e Ponta de Areia" (Diario de 5.04.07); uma analogia que contemplou a fundição e a construção naval daquela época (1845), em Ponta de Areia-RJ, com as atividades industriais desenvolvidas hoje em Suape. Mauá foi o grande mentor da siderurgia, da metalurgia, da ferrovia e da náutica, precursoras de outras atividades que culminaram com o boom de 1850, iniciando a primeira revolução industrial brasileira que se estendeu até o ano de 1939. Naquela época a mão de obra era voltada para a monocultura. Urgia, destarte, educar, treinar e especializar pessoas para a indústria nascente e, para isso, foi criada a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (Sain), misto institucional (escola formal e profissionalizante, e associativismo sindical-patronal) que possibilitou o avanço do capital humano e tecnológico, e que serviu de inspiração para o atual Sistema Indústria (CNI-federações regionais, Senai, Sesi, e o Instituto Euvaldo Lodi-IEL, que faz a integração indústria-universidade através de estágios para jovens universitários).
O Senai, portanto, desde a sua fundação em 1942 - com o DNA da Sain - sempre teve a preocupação de compatibilizar a demanda de mão de obra, com asnecessidades da indústria daquela época, como o que ocorre hoje em Suape e no seu entorno.O que se vê é um cluster composto por indústrias estruturadoras que se espraiam pelo estado através de indústrias médias e pequenas, coadjuvantes diretas do crescimento econômico e social que bafeja Pernambuco. Suape hoje representa o que de mais novo existe no contexto de empreendimentos, cujas ações são implementadas, respeitando as normas reguladoras do desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, IEL junto com a Universidade de Ferrara (Itália), já apresentaram ao governador Eduardo Campos, o relatório "Suape global/Suape local", que propõe "iniciativas como reciclagem de resíduos, capacitação de empreendedores nas áreas de meio ambiente e de energias renováveis, além da implantação de um centro de monitoramento ambiental" (Diario de 23.02). Que venham novas plantas industriais, estamos preparados para o grande salto californiano de Pernambuco.