O governo de Pernambuco vai investir R$ 2,3 bilhões em 2010. A maior parte do dinheiro virá de operações de crédito - R$ 1,05 bilhão -, e o restante de captação de recursos do OGU (R$ 711,92 milhões) e fontes próprias (R$ 552,87 milhões). O montante é quase quatro vezes maior do que a média histórica de investimentos realizados pelo estado até 2006, que era de R$ 601 milhões. A lei orçamentária (LOA), publicada no Diário Oficial do último sábado, prevê receitas e despesas totais de R$ 18,62 bilhões no próximo ano.
"Com essa meta, que certamente será cumprida, serão quase R$ 6 bilhões de investimentos em quatro anos", ressalta o secretário de Planejamento e Gestão, Geraldo Júlio, referindo-se à curva de crescimento registrada desde 2007. Foram R$ 621 milhões no primeiro ano, R$ 1,15 bilhão em 2008 e R$ 1,8 bilhão em 2009, somando investimentos e inversões financeiras. "Em 2009 conseguimos triplicar o valor histórico e em 2010 vamos fazer um pouco mais", diz.
O secretário afirma que esses investimentos são importantes para a economia e para as pessoas, pois contemplam, além de infraestrutura econômica, a área social (habitação, saneamento, mobilidade urbana e rural). "Isso tudo reflete em crescimento econômico e na melhoria de indicadores como mortalidade infantil, taxa de homicídios e escolaridade", completa Geraldo Júlio, elencando a saúde, a segurança e a educação como prioridades do atual governo. Aliás, o próprio governador vem declarando que, se em 2009 o foco foi a segurança pública, em 2010 será a vez da saúde.
A LOA aprovada pelos deputados depois de 60 dias de discussões na Assembleia Legislativa mostra claramente quais são as áreas prioritárias para injeção de recursos na administração pública estadual, seja de custeio ou de investimento. Dos R$ 18,62 bilhões previstos de despesas para o próximo ano, a maior rubrica fica com a saúde (R$ 3,09 bilhões), seguida pela educação (R$ 2,18 bilhões) e segurança pública (R$ 1,47 bilhão). Entretanto, quase metade das despesas da LOA - R$ 9,02 bilhões - é com pessoal e encargos sociais.
Geraldo Júlio também comemorou ontem os resultados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) realizada pelo Dieese, que em novembro apresentou a menor taxa de desemprego mensal em 11 anos da série histórica (17,7%). "Apesar da crise, estamos conseguindo gerar empregos. Somente a construção civil está crescendo acima dos 18% e sabemos que esse setor é intensivo em mão de obra", comenta.
Este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco deve crescer em torno de 3,5%, bastante acima do previsto para o país, que deve ficar positivo, porém próximo do zero. Em 2008, a soma de todas as riquezas produzidas pelo estado evoluiu 6,8%, enquanto que o Brasil cresceu 5,1%. "Agora em dezembro temos escutado boas informações de diversos setores da economia que apontam para um crescimento de 3,5%. É pouco diante do que crescemos em 2008, mas é muito acima do que vínhamos crescendo no início da década", avalia Geraldo Júlio.
Da redação - Diario de Pernambuco