Pernambuco vai ganhar fábrica de pianos

O som dos pianos brasileiros poderá ganhar sotaque pernambucano pelo mundo afora. O restaurador Jonas Chateaubriand está engatilhando uma fábrica do instrumento. A unidade será a segunda no País e terá como objetivo atender os mercados interno e externo. No início, quando serão investidos R$ 4,5 milhões, apenas a montagem será feita. Em outubro do próximo ano, com a aquisição de equipamentos que possibilitarão a produção da parte mecânica, o valor chegará a R$ 10 milhões. O projeto engloba uma série de atividades socioculturais e deve empregar 100 pessoas de forma direta.


Para montar um piano, treinamentos serão necessários.O melhor de tudo, no entanto, é a possibilidade do surgimento de novos talentos. “Existem vários processos que passam pela fabricação, distribuição, revenda e compra da madeira. Queremos trabalhar o primeiro emprego com jovens entre 14 e 22 anos. Precisamos de uma pessoa fundamental, que é o técnico afinador. Por isso, tem que haver uma escola de música dentro da fábrica”, contou Chateaubriand.


A Pianoforte Pernambuco terá capacidade para produzir 60 pianos por mês - meta a ser atingida em cinco anos - patamar parecido com a Pianofatura Paulista, em São Paulo, única unidade do Brasil. As matérias primas precisam vir da Europa e da Ásia. Uma fabricante chinesa foi responsável pela confecção dos 33 primeiros instrumentos Chateaubriand, com investimentos de R$ 393 mil. Nove deles já foram vendidos. Os preços variam entre R$ 8,2 mil e R$ 42,5 mil. A expectativa é atingir 35% do mercado nacional. O desafio é grande. Os EUA fabricam 100 vezes mais pianos que o Brasil, que só produz mil peças anuais.


A iniciativa empaca na falta de localização. Dois municípios estão em fase de negociação: Paulista e Bezerros. A preferência é pela segunda cidade. A população tem vocação para o trabalho com madeira e o clima é mais estável. Quando as condições atmosféricas são variadas, há dilatação e retração do filtro, do aço e da madeira, o que prejudica a sonoridade.

Da redação - Folha de Pernambuco