Investimento no Estado será de R$ 55,4 bilhões

Até 2015, Pernambuco vai receber investimentos da ordem de R$ 55,4 bilhões. O número, que representa o equivalente a 70% do atual Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, vai se concentrar, principalmente, no setor industrial (40%). O dado foi apresentado, ontem, pela economista Tânia Bacelar, durante a realização do workshop Suape Global, que reuniu empresários no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no bairro de Santo Amaro.

Os recursos fazem parte do novo bloco de investimentos que estão aportando em Pernambuco, a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, do Estaleiro Atlântico Sul, da PetroquímicaSuape e de outras plantas industriais. Durante sua palestra, Tânia Bacelar lembrou que Pernambuco passou por um processo de desindustrialização ao longo dos anos 80 e 90 e que agora vive um momento de retomada. “Em 1985, o setor industrial representava cerca de 25% do PIB, mas em 2002 essa participação minguou para 10,9%”, compara. Nesse intervalo, os setores de comércio e serviços assumiram a dianteira no Estado, respondendo por quase 80% da economia. O novo cenário para Pernambuco aponta que até 2030, a indústria deverá representar um terço do PIB.

“O cenário pessimista dá conta de um crescimento da economia pernambucana em duas vezes e meia e o otimista em três vezes, na comparação com a situação atual”, destaca a economista. A economia será puxada por novos setores econômicos. A partir do Complexo de Suape terão destaque o refino de petróleo, a construção de navios, a produção de equipamentos eólicos, siderurgia e outros. “Fora do âmbito de Suape, a perspectiva é que se desenvolvam outras atividades, a exemplo do agronegócios, fomentado pela ferrovia Transnordestina, além do polo farmacoquímico de Goiana e de indústrias de alimentos e bebidas em municípios do interior e região metropolitana”, complementa.

A aposta no setor industrial e, especificamente, no setor de petróleo, aponta que Pernambuco também segue uma tendência nacional. Dos R$ 500 bilhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai emprestar até 2013, R$ 295 milhões serão destinados à indústria de petróleo, seguida de longe por siderurgia e química.

Durante o evento, um tema recorrente foi a formação de mão de obra para atender aos empreendimentos no Complexo de Suape. A dificuldade de qualificação específica para os projetos e a qualidade da educação básica foi evidenciada em várias das palestras.