A economia pernambucana deverá continuar crescendo acima da média nacional pelo menos até 2015, quando deverá ocorrer a maturação dos grandes empreendimentos em implantação no Complexo de Suape. Para este ano, a estimativa da Agência Condepe/Fidem é que a expansão do PIB pernambucano fique entre 9% e 11%.
O diretor-executivo de Pesquisas e Estatística do Condepe/Fidem, Maurílio Lima, destaca que um diferencial de Pernambuco é o fato de se expandir sobre uma base que já vinha em crescimento. Apesar da crise econômica global em 2009, enquanto o PIB brasileiro ficou estável, com variação negativa de 0,2%, o Estado registrou desempenho positivo de 3,8%.
O aumento do consumo tem contribuído para a expansão do PIB pernambucano. O desempenho da indústria e do comércio apontam para essa tendência. Os segmentos de alimentos e bebidas, por exemplo, registraram alta de 20%, enquanto no comércio, tanto o varejo (13,2%) quanto o atacado (10,4%) mostraram vigor com crescimento de dois dígitos. No setor de serviços, que ainda responde por 73% do PIB, transportes (21,2) e comércio (9,9%) puxaram a alta.
Lima destaca que na divisão do PIB por setores, todas as atividades econômicas apresentaram performance positiva, com a indústria crescendo 17,5%, os serviços 11% e a agropecuária 5,8% no segundo trimestre de 2010, na comparação com igual intervalo do ano anterior. “Na agricultura, culturas permanente e importantes para o Estado, como a manga e a uva, demonstraram recuperação após um período de crise no ano passado, com crescimento médio de 6% para as duas frutas”, observa. O crescimento da agropecuária não foi maior por causa da queda na produção de atividades como avicultura (-8,2%), suinocultura (-3,2%) e laticínios (-2,7%).
CONSTRUÇÃO
Ao longo dos últimos dois anos, a construção civil tem sido a principal alavanca do crescimento econômico de Pernambuco. No 2º trimestre, a taxa de expansão do setor atingiu o patamar de 21,2%, com a multiplicação de obras nos setores imobiliário, de infraestrutura e implantação de empreendimentos estruturadores no Complexo Industrial de Suape.
O bom momento da construção civil no Estado permitiu que pessoas como Daniel Oliveira, 38 anos, conseguisse assinar a carteira de trabalho pela primeira vez. Com ensino fundamental incompleto, ele foi empregado pela construtora Azevedo Sóter há nove meses e comemora uma mudança radical na sua qualidade de vida. Com o salário garantido no final do mês – coisa que ele não tinha quando sobrevivia de bicos esporádicos – Daniel assumiu prestações para comprar um equipamento de som, uma televisão, roupas e brinquedos novos para a filha de cinco anos. “Agora que me deram uma chance, sinto que posso ir ainda mais longe, ser promovido, conquistar meu espaço”, relata. 
 
Estado terá expansão de até 11%
27/05/2011
                        
     
             
                     
                 
                