O potencial do polo naval pernambucano já atrai muitas empresas. Um dos diretores da Zinque, que atua no Rio de Janeiro há 40 anos, decidiu instalar nas vizinhanças de Suape a Zinque Nordeste, uma nova empresa, com novos sócios. A planta industrial, localizada no Cabo de Santo Agostinho e inaugurada ontem, recebeu investimento de R$ 2 milhões em recursos próprios e vai gerar 40 empregos diretos, tendo capacidade para processar 150 toneladas mensais de aço.
Segundo Marcos Saad, um dos sócios de Aníbal Marques ("52 anos dedicados à indústria naval brasileira"), essa capacidade deverá ser alcançada em cerca de seis meses. "Já temos encomenda e vamos começar com umas 50 toneladas de aço processado, empregando 20 pessoas", afirma. O primeiro cliente é o Estaleiro Atlântico Sul, para quem a Zinque Nordeste vai fornecer janelas, escotilhas, portas buzinas, blocos, cabeços, tubulações, entre outros itens. Mas a empresa também vai atender outros segmentos industriais, como refinarias, petroquímicas e parques de combustíveis, produção de energia, papel e celulose, química, alimentícia e automotiva.
Um dos pontos interessantes desse empreendimento é que os contratados estão passando por um treinamento em um centro de formação profissional montado dentro das dependências da fábrica, situada num terreno de 15 mil metros quadrados às margens da BR-101 Sul. São montadores, isoladores, soldadores e hidrojatistas, recrutados entre os moradores do município. Dessa primeira leva de 20 profissionais, 17 são ex-cortadores de cana.
"Estamos muito entusiasmados com o cenário que se desenha para o polo naval, mas não basta auferir lucros. Temos uma preocupação social", justifica Saad. Nos próximos três meses, mais 20 serão treinados. A Zinque trouxe do Sudeste dois profissionais multiplicadores e mais dois foram formados na própria região. A Zinque Nordeste prevê faturar cerca de R$ 18 milhões/ano.
Polo naval atrai nova empresa
01/06/2011