Agenda para o desenvolvimento

por Alexandre Padilha e Tânia Bacelar
Pernambuco vive um momento muito especial na sua história. Riquíssimo em potencialidades, o Estado transformou-se num poderoso polo de atração de investimentos públicos e privados em setores tão complexos como diversos. O PIB de Pernambuco tem crescido em ritmo superior à média de expansão da economia brasileira. E o quadro social do Estado melhorou, acompanhando o movimento nacional.

As transformações estão apenas começando. A agricultura está cada vez mais diversificada. Os investimentos na infraestrutura e em novos empreendimentos somam R$ 55 bilhões até 2015. O destaque é o complexo de Suape, que criou milhares de empregos diretos e indiretos. Ali, a nova indústria naval brasileira já é uma realidade. As obras nas rodovias federais e na Ferrovia Transnordestina criarão ainda mais empregos e ajudarão a diminuir os custos logísticos. O Estado, que antigamente exportava capitais e trabalhadores, passou a atrair investidores e mão de obra especializada.

O governo federal sempre se mostrou aberto ao diálogo com a sociedade em busca de ideias que possam transformar o Brasil. Por isso é importante que as lideranças de Pernambuco se unam aos 90 líderes reunidos no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES), entre empresários, trabalhadores, acadêmicos e representantes de organizações sociais, para que o diálogo entre o projeto nacional e local consolide novas trajetórias no Estado.

No dia 5 de agosto, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES) organizou, no Palácio Campo das Princesas, um debate realizado em parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social de Pernambuco (Cedes/PE). A experiência do Cedes, inspirada no CDES, mostra como é importante compartilhar com a sociedade civil as ideias norteadoras do desenvolvimento nacional.

Superada a fase mais crítica da crise internacional, os conselheiros concluíram que o Brasil estava ingressando num novo momento de sua história e redigiram as diretrizes que compõem a Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento, entregue ao presidente em junho. São nove os eixos considerados prioritários: os novos horizontes para a educação, a consolidação do Estado democrático e indutor do desenvolvimento, a transição para a economia do conhecimento, trabalho decente e inclusão produtiva, padrão de produção para o novo ciclo de desenvolvimento, o potencial da agricultura, o papel da infraestrutura, a sustentabilidade ambiental, a consolidação e ampliação das políticas sociais.

A educação é considerada pelos conselheiros prioridade absoluta. Pernambuco tem boa estrutura universitária e tecnológica, mas tem níveis de escolaridade médios ainda muito baixos. A educação em todos os níveis, e em especial a profissional, será vital para que o Estado possa aproveitar as oportunidades que se ampliarão nos próximos anos. Entre elas, o fornecimento de equipamentos e serviços para a exploração do petróleo da camada pré-sal.

A Agenda para o Novo Ciclo de Desenvolvimento já foi debatida em várias regiões. Com a parceria entre sociedade e poder público, Pernambuco tem todas as condições de vencer os desafios e aproveitar o bom momento do Brasil. Se no passado Pernambuco foi berço da construção da Nação brasileira, no presente pode ser exemplo do novo padrão de desenvolvimento que se quer para o País.


» Alexandre Padilha é ministro das Relações Institucionais

Tânia Bacelar é conselheira do CDES e do Cedes/PE