As oportunidades da refinaria

Que oportunidades de negócios um empreendimento gigante como a Refinaria Abreu e Lima pode oferecer a micros, pequenas e médias empresas? O empresariado pernambucano ouviu a resposta para essa pergunta, ontem, durante o 2º Encontro de Negócios da Petrobras, no Centro de Convenções de Pernambuco. Diante de um Teatro Guararapes abarrotado de empreendedores, executivos da Petrobras e representantes de seis consórcios que venceram as licitações para a construção e montagem da Rnest, detalharam as demandas da unidade de refino. No final do mês, a ideia é colocar ofertantes e demandantes frente a frente, em reuniões de negócios já para fechar contratos.

“A Abreu e Lima, que será construída num terreno de 630 hectares no Complexo de Suape, é um empreendimento equivalente a mais de 15 empresas de grande porte, que no momento de pico da construção vai gerar 30 mil empregos. Para se ter uma idéia, só a área administrativa vai demandar a construção de 52 prédios, isso sem falar nos 72 tanques de óleo, água e produtos, e nas principais unidades industriais da refinaria”, dimensiona o gerente geral de implantação da Rnest, Glauco Legatti.

Durante o evento, o executivo lembrou que no 1º Encontro, realizado em agosto do ano passado, foram fechados mais de 160 negócios. Um dos destaques foi a obra de construção da Casa de Força (termelétrica), comandada pelo consórcio Alusa, que fechou 100 contratos com empresas pernambucanas.

Legatti fez uma explanação sobre a refinaria, detalhando as demandas de cada unidade de produção. A Unidade de Destilação Atmosférica (UDA) - considerada o coração da refinaria - responsável por transformar o petróleo em seus principais derivados vai demandar 1 milhão de toneladas de cabos, 1.500 toneladas de estruturas metálicas e 2.300 toneladas de tubos.

Nos discursos de abertura, os executivos repetiram como um mantra a importância de as empresas pernambucanas se inserirem nos negócios gerados pelos empreendimentos estruturadores em construção no Estado. “Estou impressionado com a quantidade de empresários nessa plateia. Isso é uma demonstração de que a refinaria já é uma realidade”, fez questão de frisar o diretor corporativo da Rnest, João Batista Aquino.

O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Jorge Côrte Real, ressaltou a importância de que os investimentos mudem o tecido social do Estado, reforçando a geração de emprego e melhorando a distribuição de renda. Representando o governador Eduardo Campos na solenidade, o secretário de Planejamento, Geraldo Júlio, fez uma rápida radiografia do Estado, falando desde o equilíbrio das contas públicas, passando por educação, saúde, segurança pública e infraestrutura. “Em um ano de problemas na macroeconômica, em função da crise mundial, o Brasil registrou crescimento negativo de 0,2% em 2009, enquanto Pernambuco teve um crescimento de 3,8% no PIB. Isso significa que o Estado conseguiu obter um descolamento de quatro pontos percentuais em relação ao País, uma situação que nunca aconteceu na história de Pernambuco”, destacou.