O cluster naval de Pernambuco está formado. Com a assinatura do protocolo de intenções para a criação de dois estaleiros no Complexo Industrial Portuário de Suape, chegou a seis o número total de empresas do setor apostando no Estado. As novas integrantes são a coreana STX Europe e a portuguesa MPG Shipyards. A primeira é um investimento de US$ 350 milhões que criará quatro mil empregos diretos e outros 16 mil indiretos. A segunda é um empreendimento de US$ 140 milhões que gerará 1,2 mil vagas diretas de trabalho e 6 mil indiretas. “Que bom assistir à retomada da indústria naval”, exaltou o governador Eduardo Campos, durante o evento realizado ontem.
Os coreanos têm o que se chama de um “estaleiro virtual”, ou seja, eles vão implantar a empresa em Suape se ganharem alguma das licitações da Petrobras para a produção de dois barcos de perfuração (exploração de poços) e sete plataformas PSO (uma espécie de navio sonda). A concorrência ocorrerá em maio. A STX ocupará uma área de 100 hectares. Para isso, conta o vice-presidente executivo da companhia no Brasil, Jorge Ferraz, serão buscados recursos no Fundo de Marinha Mercante (FMM) e BNDES. “Queremos ser um player nas áreas de navegação, construção naval e projetos offshore”, completou o presidente do STX na América Latina, In Hwan RYU.
Os portugueses da MPG têm 30 anos no ramo naval e querem fazer uma unidade produtora de módulos offshore, equipamentos para navios e projetos eólicos. Eles ficarão instalados numa área de 33,5 hectares e planejam construir sua unidade em três anos. O diretor geral Carlos Costa esconde o jogo sobre a confirmação de encomendas prévias, mas afirma que “não temos condição de encomendas virtuais”. Fala-se que eles estariam com um pacote de embarcações de apoio para a plataforma petrolífera. Ele evita tecer maiores comentários porque o terreno que vão ocupar sequer está disponível, dependendo de dragagem.
No decorrer do ato de assinatura dos protocolos, Carlos Costa deu um recado claro à direção portuária de Suape. O empreendedor espera que sejam criados mecanismos de transporte para que haja o deslocamento de possíveis funcionários do Recife para Ipojuca, por exemplo. “O secretário (de Desenvolvimento Econômico) Fernando Bezerra Coelho já avisou que tem uma série de obras em curso, como metrô, trem”, ressaltou.
Os portugueses e coreanos receberão incentivos fiscais do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe) e do Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada Associada do Estado de Pernambuco (Prodinp). Os outros estaleiros previstos para o Estado são: Alusa/Galvão, Construcap e Tomé-Schain. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) é uma realidade.
Estaleiros vão gerar 5 mil vagas
01/06/2011