Comércio otimista com o 13º salário

Lojistas chegam a projetar que o fluxo de consumidores vai subir em até 40% a partir de hoje por conta da segunda parcela do benefício natalino

 

A entrada da segunda parcela do 13º salário na conta dos trabalhadores prevista hoje vai impactar consideravelmente nas vendas do varejo. A expectativa dos lojistas é que deste final de semana até a próxima quarta-feira, dia 23, as ruas e os shoppings devem registrar um fluxo até 40% superior ao que já foi visto nos últimos dias. Tudo porque ao contrário da primeira parcela – paga no último dia de novembro e normalmente direcionada para a quitação de débitos antigos –, a segunda parte é mais voltada para o consumo.


A expectativa geral do varejo é fechar dezembro deste ano com vendas entre 10% e 15% superiores às do Natal do ano passado – período marcado pela crise econômica e por muitas incertezas em relação ao crédito, por exemplo.


Foi exatamente o 13º salário que levou a cabeleireira Maria da Luz Ferreira Silva a passar das 9h de ontem até as 15h circulando pelas ruas do Centro a procura de presentes e itens para consumo pessoal. “Já tinha comprado parte dos meus presentes e hoje (ontem) comprei outros. Mas pelas minhas contas ainda vou comprar mais uns três”, calculou ela. Maria tem optado por comprar os itens à vista para não acumular débitos para o próximo ano.


Projetando que o fluxo a partir de hoje será entre 30% e 40% superior ao dos últimos dias, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sílvio Vasconcelos, reforça que o Centro, mesmo nesta reta final, manterá o fechamento das lojas para as 19h. “Mesmo esta fase agora vem sendo a de maior fluxo de consumidores, a gente não tem como ampliar o horário”, comenta Vasconcelos. Com relação aos domingos, o presidente da CDL pontua que o próximo final de semana será o de maior fluxo de consumidores nas lojas. “No domingo depois do Natal, vamos abrir, mas o movimento não será o mesmo. A expectativa maior fica mesmo para esse dia 20”, diz Vasconcelos.


Esperando vendas até 7% superiores às do ano passado, o empresário da rede Cattan, Fernando Catão, calcula que o fluxo a partir de agora fique 30% acima do registrado nos primeiros dias de dezembro. “Vamos ter um faturamento este ano alguns pontos acima da inflação, o que é muito positivo”, diz.


O presidente da Federação do Comércio de Pernambuco, Josias Albuquerque, reforça que os dados do varejo de Pernambuco realmente são positivos. “Mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficando próximo a zero, o comércio em geral poderá ficar entre 4% e 5% acima do realizado em 2008. E Pernambuco estará numa situação bem melhor do que os demais Estados”, reforçou Josias Albuquerque.
O crédito é um componente que está auxiliando muito o varejo este ano em comparação ao que foi feito no ano passado.


Nesta mesma época de 2008, muitos bancos estavam endurecendo com as regras de concessão por conta das incertezas com relação ao lastro financeiro de cada instituição. Com a normalidade do crédito, as placas de parcelamento voltaram a tomar conta das vitrines e atrair mais consumidores.

Da redação - Jornal do Commercio