O terminal de veículos do Complexo Industrial Portuário de Suape, cuja operação teve início ontem, com o desembarque oficial dos primeiros carros da General Motors (GM), já desperta a atenção de outras empresas do ramo automotivo. O Governo do Estado teve conversas preliminares com três grandes montadoras: Volkswagen, Fiat e Land Rover. O interesse se justifica de maneira simples, pela diminuição nos custos com a logística de distribuição dos produtos.
“Estamos analisando os projetos de dois grandes armadores (empresas que operam os navios transportadores) para decidirmos se vamos optar por um pátio multimarcas. Vai depender do volume que os grupos querem trazer para cá e da própria logística da GM”, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho. As conversas estariam mais à frente com a Fiat. Já a Ford, outra grande fabricante, está descartada, pois já importa seus automóveis pela Bahia.
A GM adota um discurso em tom de brincadeira quando o assunto é a chegada dos concorrentes. Por outro lado, a administração do terminal marítimo cumpre o seu papel e deixa claro que as portas estão abertas. “O pátio é público e qualquer interessado pode vir”, esclareceu o vice-presidente do Porto de Suape, Sidnei Aires. Não é a toa que existe uma tarifa de R$ 11 para cada veículo que desce no Cais 4. Deste valor, R$ 3 são da operadora (Tegma) e o restante para o Complexo, sendo R$ 7 a taxa média e R$ 1 referente à infraestrutura.
Ontem, o governador Eduardo Campos saiu do navio Istra Ace, da armadora K Line, dirigindo um dos 319 automóveis Agile que chegaram do Porto de Zatare, em Rosário, na Argentina. E já existem conversas para importações de outros modelos da GM. Da Austrália, viria o Omega. Dos Estados Unidos, desembarcaria o Malibu. E do México, seria o Captiva.
Foram investidos R$ 30 milhões pela GM na nova central logística. Por ela, devem passar de 600 a 800 veículos por mês, número que deve suprir a demanda de outros 13 estados do Norte e Nordeste, além de Pernambuco. Após deixarem a embarcação, os automóveis seguem para o pátio de Suape, que comporta dois mil carros e passou por uma reforma avaliada em R$ 2 milhões. Foi a primeira vez que o Porto realizou uma operação desse tipo. Até então, só havia passado por ali carros importados por terra.
Terminal da GM atrai montadoras
31/05/2011