Aportou ontem, no Complexo Industrial Portuário de Suape, o primeiro dos dois super guindastes que servirão para acelerar as obras de construção de navios no Estaleiro Atlântico Sul (EAS). O equipamento, do tipo Goliath, veio desmontado no navio Saga Morus, tendo sido fabricado pela WIA. As 170 peças do produto serão montadas num prazo de quatro meses, entrando em operação no próximo mês de novembro. O guindaste tem 100 metros (m) de altura - equivalente a um prédio de 30 andares - e capacidade de içar até 1,5 mil toneladas. O investimento dos dois super guindastes é da ordem de US$ 68 milhões.
"O guindaste vai pegar os 12 megablocos que formam um navio (do tipo Suezmax) e montá-lo no Dique Seco do Estaleiro, que é um compartimento com acesso para a água. Esses equipamentos reduzirão substancialmente o tempo de edificação no Dique", explicou o presidente do EAS, Angelo Bellelis. O Dique tem 400 m de comprimento, 74 m de largura e 12 m de profundidade (calado). Hoje, o Estaleiro tem encomendas para fabricar dez navios Suezmax, cinco Afras e está na disputa pela construção de plataformas de petróleo com potencial para produzir 180 mil barris/dia. O Suezmax, por exemplo, tem 274 metros de comprimento.
Os super guindastes vão acelerar a colocação das 12 peças no Dique. Isso acontece mais rápido por conta da estrutura das máquinas, que conseguem fazer esse trabalho num período de dois a três meses. Se a atividade fosse executada por guindastes normais, o tempo de conclusão demoraria mais que o dobro. Segundo Belelis, a construção do Estaleiro deverá ser finalizada em dezembro. Já o primeiro navio será feito em abril de 2010. O avião chinês Saga Morus tem 200 metros de comprimento e fez uma viagem de 45 dias entre o Porto de Jiangyin (China) e Suape.
O presidente do Porto de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, afirmou que o complexo disputará os navios que serão solicitados através do Programa de Modernização da Marinha Brasileira. "É algo para acontecer a longo prazo, em cinco ou dez anos, mas faz parte de um plano de fortalecimento da indústria de defesa naval, que ainda está muito incipiente no Brasil. Hoje, o Brasil não tem uma esquadra naval", explicou. Pernambuco poderá pleitear oito fragatas - número ainda não confirmado oficialmente.
Estaleiro recebe super guindaste
14/07/2011