Os números do comércio internacional de Pernambuco, no primeiro trimestre, mostram o quanto a indústria pernambucana se recuperou da crise mundial, que se abateu com mais força no Estado no início de 2009. As empresas locais importaram 61% a mais até março, frente ao mesmo período do ano passado, alta que foi de 51% nas exportações. A melhora fica mais evidente nos setores diretamente afetados pela crise, no Estado: metalurgia e químico. Empresas que demitiram pessoal, na época, voltaram a posições de destaque na balança comercial.
Em 2009, houve queda generalizada, de dois dígitos, nas importações e exportações. Nas compras feitas fora do País por empresas instaladas no Estado, as retrações afetaram desde a gigante italiana Mossi & Ghisolfi (M&G), instalada em Suape, até a Baterias Moura, localizada no município de Belo Jardim, passando ainda pelas exportações da Alcoa Alumínio, em Igarassu.
A Moura, que chegou a demitir pessoal, este ano já voltou ao topo das importações: está na sexta posição, uma alta de 90% frente ao primeiro trimestre de 2009. E, do lado das exportações, já subiu 63%, na mesma comparação.
A Alcoa, que atua no setor de siderurgia, colocou até parte da fábrica em Igarassu à venda no ano passado. Ela cresceu 165% nas exportações este ano, somando de janeiro ao mês passado, diante do mesmo período de 2009.
Na M&G, embora não se tenha notícias de demissões ou outro impacto mais forte na empresa no ano passado, é certo que a fábrica dos italianos começou 2009 importando bem menos do que em 2008. Mas este ano as importações da empresa já subiram 25%.
Os números da balança comercial, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram ainda que a Lanxess (ex-Petroflex), outra que demitiu pessoal por causa da turbulência, acumula uma alta de 323% nas exportações em 2010 e é a quarta no ranking estadual. A Microlite, localizada no Curado, também demitiu na crise. Mas, neste início de ano, já teve alta de 79% na comparação com o primeiro trimestre de 2009.
DESTINOS
No primeiro trimestre, os principais destinos do açúcar pernambucano, principal produto exportado no período, foram Rússia e Espanha, que lideraram as compras da produção do Estado. Junto com o Iraque, esses dois países se destacaram na aquisição de açúcar local. Uma curiosidade é que Taiwan (que consumiu um grande volume de borracha pernambucana) apareceu na quinta posição, quando em 2009 nem constava na balança comercial.
Importações do Estado cresceram 61% no ano
31/05/2011