Espanhóis podem abrir nova fábrica

O grupo espanhol Gestamp inaugurou ontem em Suape a sua primeira fábrica de torres eólicas fora do seu país de origem. A RM Eólica, que representa um aporte de R$ 85 milhões e geração de 400 empregos diretos, irá produzir 1 mil torres por ano. E os investimentos do grupo não devem parar por aí. O estado ainda pode receber uma segunda planta industrial de R$ 35 milhões, com mais 200 postos de trabalho. A nova unidade irá fabricar por ano cerca de seis mil flanges, um anel de aço usado na montagem das torres. O componente hoje é importado por falta de produção no país.
 
A intenção é iniciar as obras dessa fábrica dentro de um mês, para que entre em operação ainda neste ano. Além dos incentivos fiscais, o grupo deseja adquirir um terreno de 11 hectares a "um custo razoável" para decidir pela instalação. "A nossa ideia é construir essa fábrica ao lado da RM Eólica. Vai depender das negociações com o governo do estado", comenta Jon Riveras, presidente da Gestamp EnergiasRenováveis e da Gonvarri. Se não houver acerto, as opções seriam Campinas (SP) e Joinville (SC). "São as nossas alternativas porque já temos plantas em São Paulo e no Sul do país", explica.
 
A Gestamp já atuava em Pernambuco através da Gestamp Energias Renováveis, que é uma divisão destinada à montagem e manutenção de projetos para geração de energia solar, eólica e de biomassa. Em sociedade com a pernambucana Eólica Tecnologia, o grupo construiu três parques eólicos, nos municípios de Gravatá, Pombos e Macaparana, As três centrais começam a operar neste ano e somam um investimento de R$ 150 milhões, com geração anual de 67,8 mil MWh.
 
Já a RM Eólica é uma subsidiária de um segundo braço da corporação, a Gonvarri, que se dedica à produção de componentes feitos com aço para indústrias de diversos segmentos, como automóveis, eletrodomésticos e torres para aerogeradores, da qual é líder mundial na produção. Trata-se da primeira fábrica do Brasil a ser construída com a finalidade de confeccionar torres. Até entãoa fabricação era realizada em plantas metal-mecânicas adaptadas para esse fim. A planta começou a ser construída em janeiro de 2009. Ainda com as obras parcialmente concluídas, em outubro passado, a unidade começou a produzir torres para os parques construídos no interior do estado. "Agora estamos com a planta 100% pronta", diz Riveras.
 
A escolha de Pernambuco se deve à localização estratégica para distribuir as torres para os estados do Nordeste, a região com maior potencial eólico do país, ou mesmo para exportar. A empresa já tem 300 pedidos de torres. Dessas, 14 vão para República Dominicana e outras 28 para a Argentina. "Mas a nossa prioridade é mesmo o mercado brasileiro", afirma Riveras. Só o primeiro leilão de energia eólica, promovido no ano passado e que gerou a compra de 1,8 mil MW, vai demandar um volume de 1,2 mil torres por ano. "Com o segundo leilão, a ser realizado em junho, serão mais 2 mil MW. Com isso, a demanda por torres sobe para 2,5 mil unidades entre 2010 e 2011", calcula