São João vai gerar 10 mil empregos

Vagas temporárias foram criadas em Caruaru, Gravatá, Pesqueira e Arcoverde

O uso de fogos de artifício nas festas juninas vem da tradição de "acordar" São João Batista. Mas quando estourarem no próximo dia 24, bombas e foguetes estarão, de certa forma, ajudando a comemorar os benefícios que a tradicional festa traz para o interior pernambucano. Apenas em quatro municípios onde o São João é mais tradicional - Caruaru, Gravatá, Arcoverde e Pesqueira - devem ser criados cerca de 10 mil empregos temporários, gerando renda para a população local.

 

Nem mesmo a crise financeira internacional, nem o fato de a data ter caído em uma quarta-feira este ano chegam a prejudicar a perspectiva de ganhos. Em Caruaru, por exemplo, a prefeitura acredita poder aumentar o número de empregos gerados pela festa. Ano passado, segundo informações levantadas pela prefeitura, foram criados 3.150 empregos formais. Em 2009, os administradores municipais esperam criar 10% a mais postos de trabalho.

 

Na Capital do Agreste, a festa junina dura de 30 de maio até 10 julho, quando será celebrado o centenário do Mestre Vitalino. Nesse período, calcula-se que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas circulem pela cidade, aquecendo o comércio e o setor turístico local de forma geral. O município, que só contava com cerca de 1,3 mil leitos de hotéis ano passado, nem está pronto para receber tantos turistas. "Ainda precisamos desenvolver muito", admitiu Lúcia Félix, diretora de Turismo de Caruaru. Para isso, o pátio de eventos será reformado no segundo semestre, com mais de R$ 3 milhões de investimento.

 

Os municípios também vão despertando mais para o potencial de um evento tão popular. Em Gravatá, onde circulam cerca de 400 mil visitantes durante o mês de junho, a prefeitura vai aproveitar para divulgar seus atrativos turísticos, inclusive os extra-juninos. Foram confeccionadas 300 placas anunciando pontos turísticos, onde é possível encontrar turismo de aventura e artesanato.

 

Ao todo, o São João de Gravatá vai custar cerca de R$ 1 milhão. A ideia é fazer circular, durante o mês de junho, em torno de R$ 5 milhões, com hotéis (a cidade conta com cerca de 3,5 mil leitos), restaurante e comércio. "Recebemos muitos visitantes por termos uma boa estrutura hoteleira e casas de veraneio. E isso se reflete no São João e na Semana Santa, quando ficamos lotados", disse Arnaldo Souza, secretário de Desenvolvimento Econômico do município.

 

Em Arcoverde, o São João vem crescendo nos últimos cinco anos. Isso graças à migração do público que achava Caruaru lotado demais. Este ano, a festa toda vai custar R$ 1,4 milhão, sendo metade só de patrocinadores, de acordo com a prefeitura local. Com isso, o município, que tem cerca de 67 mil habitantes, pode ver circulando entre R$ 8 e 10 milhões neste período. Ou seja, quase 5% do PIB local, segundo o IBGE, em 2005.

 

Perto dali, em Pesqueira, o São João ainda não chegou à mesma dimensão, mas também vem ajudando a desenvolver a cidade. Cerca de 60 mil visitantes, segundo informações da prefeitura, devem circular pelo município durante os cinco diasde festa. "O São João de Pesqueira é o da família, do forró pé-de-serra", define o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Eudes. A economia local agradece.