Apesar da crise, estado cresce 7%

O secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Geraldo Júlio, apresentou ontem, na Assembléia Legislativa, um balanço das atividades realizadas pelo governo do estado em 2008.

Ele leu a mensagem enviada pelo governador Eduardo Campos (PSB) na sessão de abertura dos trabalhos legislativos, na qual o socialista diz aos deputados que Pernambuco "atravessou um dos melhores períodos de sua atividade".

O secretário citou como exemplos o aumento em 7% do PIB (Produto Interno Bruto) e os investimentos em infraestrutura que, segundo o governo, superaram, pela primeira vez, a marca histórica de R$ 1 bilhão.

No documento, o governador destaca que a meta de reduzir as "despesas ruins" foi cumprida, com a economia de R$ 104 milhões.

Outro ponto positivo, de acordo com ele, foi o aumento em 14,8% da arrecadação do ICMS, representando um ganho real de R$ 505 milhões.

A prestação de contas ressalta ainda os avanços na política de valorização do servidor, citando a antecipação do piso salarial para os professores e a elevação da remuneração mensal dos médicos que chegará a R$ 5 mil até 2010.

Na área de infraestrutura, foram destacadas a duplicação das BRs 104 (R$ 308 milhões), 408 (R$ 115 milhões), da PE-60 (R$ 63 milhões) e da Estrada da Batalha (R$ 147 milhões), em Prazeres, além da transposição do Rio São Francisco e o início da construção da Transnordestina, que, na concepção de Eduardo Campos, "erguem um novo Pernambuco e melhor distribuem, em termos geográficos, o desenvolvimento do estado".

A geração de emprego, de acordo com o governo, também melhorou em 2008, com a criação de 52,8 mil novos postos de trabalho, segundo dados da Caged (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados), que mede os empregos assalariados com carteira assinada, e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IBGE, inclusive, registrou pela primeira, afirmou o socialista na mensagem, um índice de desemprego anual em Pernambuco abaixo dos dois dígitos (9,3%).

"É importante o dado relativo à interiorização do desenvolvimento apontado pelo Caged, que apontou maior expansão do emprego no Sertão (7,6%) e no Agreste (7,7%), em relação à Região Metropolitana (6,8%)", destacou o governador.

Na área de saúde, Eduardo Campos procurou ressaltar a construção dos três hospitais metropolitanos, a construção das Unidades de Pronto Atendimento (Upas), e a redução da mortalidade infantil, enquanto na Segurança Pública o Pacto pela Vida foi citado como mecanismo de combate às taxas de homicídios no estado.

A mensagem do governador, no entanto, não foi bem recebida pelos oposicionistas.

"No papel cabe tudo, mas em muitas coisas o governo deixou a desejar", afirmou o líder da bancada de oposição, Augusto Coutinho (DEM).

"A obra da Refinaria Abreu e Lima está atrasada em mais de um ano e ninguém fala", observou o deputado Pedro Eurico (PSDB).