Um mercado que reúne 22 países e cerca de 320 milhões de consumidores. É essa oportunidade que pode estar se descortinando para os empresários pernambucanos. A Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB) está negociando com a Fecomércio para abrir um escritório em Pernambuco, gerando para as empresas locais um novo canal para conquistar esse campo de chances de negócios, principalmente em setores como açúcar, frutas, sucos e castanhas.
O comércio com os países da Liga Árabe já vem se desenvolvendo em Pernambuco. Nos três primeiros meses deste ano, o Iraque foi o quarto principal destino de nossos produtos, em negócios que totalizaram cerca de US$ 17 milhões, ou aproximadamente 5% do total de exportações do estado no período. Além deles, Emirados Árabes Unidos, Síria, Mauritânia, Egito e Iêmen também entraram na rota de vendas dos empresários locais nesse período. No total, as empresas pernambucanas exportaram cerca de US$ 31,5 milhões para essa região.
Ontem, representantes da CCAB estiveram no Recife para realizar uma palestra dirigida a empresários locais. O grupo procurou mostrar peculiaridades dos países que compõem a Liga Árabe, no sentido de facilitar as negociações e atingir diretamente o público desejado. "O mercado árabe é comprador de vários itens. Entre eles, estão o açúcar, sucos, frutas e castanhas. São produtos que têm potencialidade em Pernambuco para atingir esses países, além de outros, claro", destacou o secretário de administração comercial da CCAB, Elias Had, um dos palestrantes.
Para ele, antes de iniciar a exportação a esses países as empresas precisam investir em capacitação para o comércio exterior. "Um dos problemas mais comuns nas empresas é a ausência de pessoas que falem diferentes idiomas, sobretudo o inglês. E o conhecimento sobre impostos, regras sanitárias, portuárias e a legislação em geral desses países", revelou.
A vinda da CCAB para o Recife aconteceria através da Fecomércio local. De acordo com Had, faz parte dos planos de expansão pelo país da entidade, que tem sede em São Paulo e escritórios apenas em Curitiba e no Rio de Janeiro. As empresas que pretendem investir no mercado árabe, entretanto, podem procurar a Câmara para receber consultoria comercial de qualquer parte do Brasil.
Um dos presentes ao evento foi Pedro Maia, analista de exportação da empresa Ortho Pauher, sediada no bairro de Afogados, Recife. O grupo, que fabrica produtos ortopédicos de silicone e gel polímero, começou a prospectar em 2010 espaço nos países árabes, negociando suas mercadorias com clientes no Catar. A intenção agora é ampliar esse intercâmbio, atingindo outros centros também.
"Estamos tentando abrir um mercado com o Oriente Médio de maneira geral. Já temos uma forte aceitação na América Latina e estamos procurando agora novas oportunidades. O mercado árabe é uma região com grande potencial, que tem um bom poder aquisitivo e tem apresentado um bom crescimento no Produto Interno Bruto", destacou Maia.
Estado com um negócio nas Arábias
31/05/2011