Uma afirmação de soberania

Hoje será um dia histórico para o Brasil. O lançamento ao mar do primeiro petroleiro construído para o Programa de Modernização e Expansão da Transpetro (Promef) é um marco fundamental do nosso processo de desenvolvimento econômico soberano, voltado para os interesses do País. O Promef é um dos importantes projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o petroleiro Suezmax que será lançado ao mar pelo Estaleiro Atlântico Sul é, também, o primeiro navio deste programa-chave do governo federal. O evento simboliza a maturidade da nova indústria naval brasileira. Uma indústria que renasce modernizada, em condições tecnológicas para utilizar processos construtivos de última geração, e apta, portanto, a competir com os gigantes mundiais do setor.


Os nossos estaleiros estão repletos de encomendas de armadores nacionais e estrangeiros. Não é de se estranhar que o Brasil já tenha a quarta maior carteira de encomendas de petroleiros. Esse processo de afirmação nacional não surgiu por acaso. Há alguns anos a indústria naval brasileira vivia uma longa crise. Parecia morta e enterrada. Experts de ocasião desencorajavam qualquer tentativa de revitalizá-la. Seria mais prático e conveniente continuar comprando navios no exterior, argumentavam.


Foi necessária a firme decisão do governo do presidente Lula para mudar aquele cenário de desesperança. Afinal, era inadmissível que um país com quase 8 mil km de litoral e 42 mil km de rios navegáveis continuasse à mercê de armadores estrangeiros para fazer o seu comércio internacional. O Brasil executa 95% do seu comércio internacional por navio e gasta US$ 16 bilhões anuais com transporte marítimo. Deste total menos de 4% ficam com empresas brasileiras.
Recuperar a indústria naval brasileira e reaparelhar a marinha mercante era, portanto, uma questão de soberania, que demandava ação estratégica. Não poderíamos continuar, indefinidamente, exportando empregos e divisas. Recebemos a missão de elaborar e gerir um programa que fizesse renascer a nossa indústria naval. Ao mesmo tempo, a Transpetro precisava modernizar e expandir a sua frota, para fazer face ao aumento da produção petrolífera interna, em função da descoberta de novas jazidas.


A necessidade se aliou à oportunidade. E a essa oportunidade criada adicionamos outro fator fundamental: o preparo. A isso chamamos de “sorte”. É o encontro da oportunidade com o preparo. Fizemos um intenso preparo para chegar a esse momento mágico. Foram longos e criteriosos estudos, com a participação dos nossos melhores técnicos, dos mais graduados pesquisadores acadêmicos, líderes empresariais e sindicais do setor. Todos contribuíram para elaborar e materializar o Promef. Este programa, hoje, já não pertence mais ao governo, à Petrobras ou à Transpetro. Já tem a chancela de toda a sociedade brasileira.


Nesta primeira etapa, vamos construir 49 navios e gerar 40 mil empregos diretos. Com as fantásticas perspectivas da exploração do pré-sal, novas etapas do Promef surgirão. Os Estados do Nordeste ganharão oportunidades de desenvolvimento e de reter na região, com capacitação adequada e empregos dignos, a mão de obra antes atraída para o Sudeste e Sul. Este processo já ocorre no Grande Recife, com este colosso que é o Estaleiro Atlântico Sul, viabilizado por meio das encomendas da Transpetro.


É o renascimento da indústria naval brasileira e o nascimento da indústria naval em Pernambuco, gerando emprego e renda e mudando a vida das pessoas. Este novo momento da nossa indústria naval é símbolo de um modelo que alia o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento social.


O Brasil se preparou, consolidou sua democracia, estabilizou a economia e criou condições para acelerar o crescimento, em benefício de todas as camadas da população. Esta é a marca do governo Lula. Nós, da Transperto, nos orgulhamos de participar ativamente deste processo.