Atlântico Sul sai na frente

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em implantação no Complexo Industrial Portuário de Suape, apresentou o menor preço para construção de mais sete navios, sendo quatro Suezmax e três Aframax, na segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, subsidiária da Petrobras na área logística.

As embarcações pertencem aos lotes 1 e 2, respectivamente, também disputados pelo Estaleiro Ilha S/A (Eisa), que ficou em segundo lugar na classificação das propostas comerciais.

O Promef é um dos projetos mais importantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e marca a retomada da indústria naval brasileira. Agora, os preços ofertados serão negociados de acordo com a ordem de classificação.

"Nossos preços foram bem avaliados pela Transpetro. Vamos agora esperar ser chamados para a negociação", comentou o presidente do EAS, Angelo Bellellis.

Segundo a Transpetro, o Estaleiro Mauá, de Niterói (RJ), terá oito dias para apresentar nova proposta comercial para o lote 3, composto por três navios para produtos claros.

"Sua oferta original foi recusada. A comissão avaliou que os preços estavam acima dos praticados no mercado", diz a empresa em comunicado.

Já a proposta para o lote 4 (cinco navios de produtos, três para derivados claros e dois para escuros) segue em análise pela Comissão de Licitação.

Estão concorrendo os estaleiros Mauá e Rio Nave, também do Rio de Janeiro.

A entrega de propostas para os lotes 5 e 6 foi adiada para permitir que os estaleiros sediados em Santa Catarina, estado atingido por enchentes e desabamentos, possam concorrer.

Estaleiros como o Itajaí são considerados potenciais ofertantes na construção de bunkers e gaseiros.

Na primeira fase do Promef, o EAS ganhou a licitação para construir dez Suezmax e depois recebeu a encomenda de cinco petroleiros Aframax que tinham sido arrematados pelo consórcio Rio Naval (RJ).

O Rio Naval arrematou cinco Aframax e quatro Panamax, mas não conseguiu sair do papel.

Restou à Transpetro transferir as encomendas a outros estaleiros. Os Panamax foram dados ao Eisa.

No Promef 2 estão sendo contratados 23 novos navios, com previsão de gerar 16 mil empregos até 2015.

Além das 15 embarcações do Promef, o EAS vai construir dois VLCCs para a Noroil Navegação e o casco da plataforma P-55, da Petrobras.

A carteira do estaleiro pernambucano já soma US$ 2,98 bilhões (cerca de R$ 6,88 bilhões), com investimento de R$ 1,4 bilhão.

Serão gerados 3,5 mil empregos até dezembro deste ano, chegando a 5 mil em 2010.