A primeira fábrica no Nordeste da Indústria Brasileira de Gases (IBG) vai ficar em Pernambuco. A empresa paulista, que produz gases para uso medicinal e industrial (oxigênio, nitrogênio, óxido nitroso, gás carbônico, hélio e argônio, dentre outros) investirá cerca de R$ 20,7 milhões no Estado este ano. O aporte será dividido em duas etapas. Na primeira, orçada em R$ 2,7 milhões, o grupo vai sair de uma área alugada há sete anos no Complexo Industrial Portuário de Suape para erguer uma estação de enchimento de cilindros de alta pressão, também em Suape, criando 10 empregos diretos. Até o final de 2010, a IBG dará o segundo e maior passo: construirá uma fábrica de US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 18 milhões, segundo a cotação do dólar de ontem), gerando mais 30 novos postos de trabalho.
Como as operações da IBG são bastante mecanizadas, o presidente da empresa, Newton de Oliveira, explica que a fábrica e a estação demandam pouca mão de obra. Ainda assim, as 40 vagas que surgirão no mercado de trabalho pernambucano serão preenchidas por profissionais locais, adiantou. Serão necessários técnicos mecânicos e em instrumentação (aqueles aptos a operar as linhas de produção automatizadas da fábrica), engenheiros mecânicos e químicos, e administradores. Hoje, a IBG atua em Suape com uma filial.
Os produtos que serão futuramente fabricados em Pernambuco vão atender todos os clientes hospitalares e industriais do Nordeste. A expectativa é que a nova planta chegue a responder por 15% das vendas da empresa no País.
Gases como oxigênio, gás carbônico e nitrogênio são coletados do ar pela fábrica. Dentro da linha de produção, eles passam por um processo físico-químico para ficarem liquefeitos (a grosso modo, transformados em líquido) e resfriados até atingirem o chamado estado criogênico. Ou seja, chegam a -200° C. Por fim, são armazenados em cilindros de alta pressão. Os gases menos conhecidos – como o argônio – são utilizados pelas indústrias em misturas para enchimento de lâmpadas, e na medicina (ajuda no acionamento de bisturis elétricos).
Já os mais comuns, como o hidrogênio, são usados em processos metalúrgicos, na produção de cerâmica e na fabricação de alimentos (gordura hidrogenada, ingrediente da margarina, por exemplo).
A IBG possui capital 100% nacional e conta com quatro fábricas no País (três em São Paulo e uma em Goiás). Como parte do seu plano de expansão – que começou em 2005 com a unidade goiana –, serão erguidas a planta pernambucana e outra em São Paulo, no interior paulista. A IBG foi fundada em 1992. Hoje, possui mais de 3 mil clientes no Brasil. Afora as fábricas, conta com uma rede de 16 estações de enchimento.
IBG abrirá fábrica em Pernambuco
31/05/2011