Depois de quatro adiamentos, a Petrobras anunciou ontem seu plano de investimentos para o período de 2009 e 2013, com previsão de US$ 174,4 bilhões. Esse valor representa o crescimento de 55% com relação ao plano do período 2008-2012, de US$ 112,4 bilhões. Em entrevista coletiva na noite de ontem, porém, o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, disse que a companhia vai lutar para desembolsar um valor menor pelos projetos, que foram calculados com base em custos inflacionados. “Vamos lutar fortemente para reduzir os custos dos investimentos”, afirmou Gabrielli.
Entre os projetos mantidos, estão as refinarias de Pernambuco, com início de operações em 2011, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (2012) e as duas unidades premium (2013 e 2014).
Do total proposto, US$ 104,6 bilhões serão direcionados para a área de exploração e produção, alta de 61% na comparação com os US$ 65,1 bilhões do plano anterior. Do total, US$ 28 bilhões serão destinados para o pré-sal. Gabrielli informou que, em 2013, os campos do pré-sal devem produzir 219 mil barris por dia. Em 2015, o número sobe para 582 mil barris por dia.
Já em 2020, afirmou o executivo, o pré-sal deve produzir 1,8 milhão de barris por dia. “Esses valores, porém, dependem de negociação com nossos parceiros, porque temos parceiros no pré-sal”, afirmou Gabrielli. A meta de produção da companhia em 2013 será de 3,6 milhões de barris por dia. Em 2020, o volume deve subir para 5,1 milhões de barris por dia.
A Petrobras decidiu manter todos os investimentos anunciados para a área de refino, que, segundo analistas, deveriam ser revistos. O segmento vai receber US$ 43,4 bilhões. Gabrielli informou que, para este ano, os investimentos serão de US$ 28,6 bilhões, dos quais US$ 18,1 bilhões terão de ser captados no mercado financeiro. O executivo afirmou, porém, que não vê grandes problemas em cumprir a meta, uma vez que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já se comprometeu com US$ 11,9 bilhões e outros US$ 5 bilhões virão do mercado. O plano trabalha com o preço de petróleo de US$ 45 por barril no longo prazo, valor que, segundo Gabrielli, garante a “financiabilidade” de todos os projetos incluídos. “É um plano robusto, que nos coloca entre as maiores companhias de energia do mundo”, afirmou. No período 2009-2013, com esse preço do petróleo, a empresa prevê uma geração de caixa de US$ 120 bilhões. A diferença teria de ser captada no mercado. Para o segmento de abastecimento, serão destinados US$ 47 bilhões. Na área de gás e energia, o crescimento foi de 76%, para US$ 11,8 bilhões ante US$ 6,7 bilhões do plano 2008-12. A nova subsidiária da Petrobras para o setor de biocombustível terá US$ 3 bilhões, aumento de 15%. O segmento internacional irá ficar com US$ 5,6 bilhões, um aumento de 30%.
Petrobras investirá US$ 174 bi até 2013
18/07/2011