Agência fomentará micro e pequenos empreendedores

Pernambuco terá uma instituição focada exclusivamente nos micro e pequenos empreendedores. Ontem, o governador Eduardo Campos assinou o decreto que cria a Agência de Fomento, órgão que fornecerá linhas de financiamento e consultoria para as empresas do Estado. O capital inicial é de R$ 35 milhões, mas a expectativa é de que os valores cheguem a R$ 100 milhões nos próximos quatro anos. Após dois anos de negociação, a operação deve ter início em novembro. A intenção é possibilitar que o Interior tenha o acesso ao crédito facilitado.

“As taxas (de juros) serão melhores. O que for emprestado será cobrado para que o capital retorne. E o microempresário é bom pagador. Quem não tiver empresa também pode procurar a Agência”, pontuou Eduardo Campos. Segundo ele, as funções da nova instituição não entram em conflito com os interesses da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), que não funciona como fundo de crédito.
“Para isso, é preciso atender a uma série de exigências do Banco Central (BC). A AD Diper não empresta dinheiro e está voltada às indústrias que chegam ao Estado”, complementou o gestor. A Agência de Fomento vai praticar todas as modalidades previstas pelo BC.

“A falta de crédito é uma das maiores barreiras do crescimento dos micro e pequenos empresários. A instituição vai apoiar os arranjos produtivos locais e a cadeia que desenvolve o empreendedorismo no Estado. Temos alguns parceiros, mas precisamos de outros para avançar”, afirmou o diretor de Negócios Estruturadores da AD Diper e coordenador do projeto, Agnaldo Nunes. O órgão já tem apoio da Federação das Associações de Microempresa e Empresas de Pequeno Porte (Femicro-PE) e do Sindicato da Indústria do Gesso (Sindusgesso-PE).
Apesar do foco na interiorização do desenvolvimento, o prefeito do Recife, João da Costa, compareceu ao evento e disse que a Agência também surtirá efeitos na Capital. “As empresas buscam serviços no Recife, que terá essa repercussão. A instituição não diz respeito só à economia, mas vai ter todo um trabalho social”, apontou.