Árabes, judeus, islâmicos, budistas, cristãos, todos ocupando o mesmo espaço de 29 mil m2 na X Fenearte, a mais moderna concepção daquilo que se costumava chamar de mercado persa, pela diversidade de produtos e vendas. Sem dúvida, a edição da feira sedimentou seu caminho e conseguiu o título da maior da América Latina no gênero, congregando 27 países, cuja população total ultrapassa os dois bilhões de pessoas e resultou em vendas que devem ultrapassar os R$ 22 milhões (até o fechamento dessa edição, os números não tinham sido divulgados).
Nessa Babel moderna, o número de empregos diretos, durante 30 dias - incluindo todo o planejamento da montagem e infraestrutura -, foi de 4.500 pessoas entre vendedores, seguranças, pessoal de limpeza, garçons, chefs, artesãos, professores e empreendedores de todos esses países. De acordo com Roberto Lessa, um dos coordenadores da feira, o efetivo policial também foi ampliado para cerca de 500 profissionais entre Polícia Civil e Polícia Militar. Também foram gerados cerca de 15.000 empregos indiretos.
“O sucesso deste ano deve-se à qualidade e ao acabamento do artesanato apresentado, além da diversidade que aponta para uma soma de cores, raças e até religiões talvez nunca vistas antes”, enfatiza Lessa, que acredita num resultado financeiro acima do projetado de R$ 22 milhões, como consequência de compras por impulso, tal a beleza da maioria das peças.
O setor de turismo também teve o seu quinhão. A ocupação média dos hotéis no Recife e Região Metropolitana subiu, já que, segundo Tomé Franca, Secretário Executivo de Turismo do governo do Estado de Pernambuco, 25% dos expositores são de outros estados e “isso gera incremento na hospedagem, alimentação e outros serviços. “São cerca de 1.000 expositores que permanecem, em média, dez dias no Estado, contando o período da montagem e desmontagem do evento, além de muita gente de outros estados que vem no final de semana”, completa Franca.
A estrutura da mostra, concebida e montada com a supervisão do arquiteto Carlos Augusto Lyra, criou um formato para que os visitantes vissem a totalidade da feira. Nos dez dias da Fenearte, um mundo de 270 mil pessoas - 10% a mais do que no ano passado - passeou, comprou e experimentou sabores diversos.
Com nove praças de alimentação, de restaurantes a snack bar, a Fenearte também mostrou a gastronomia pernambucana com suas cores e sabores. Com oficinas, espaços para crianças e as rodas de negócios do Sebrae, o resultado da Fenearte teve números positivos. “Fizemos quatro rodadas de negócios com lojistas nacionais e internacionais e tivemos um volume fechado de R$ 3,622 milhões”, afirma Fátima Gomes, responsável pelo artesanato de todo o Estado no Sebrae. Novos contatos foram realizados e o Sebrae acredita que esse número tende a crescer ao longo do ano de 2009.
Fenearte dá lição de livre comércio
14/07/2011